BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera na tarde deste domingo (6) uma nova manifestação para pressionar pela anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Dessa vez, o evento acontece na Avenida Paulista, em São Paulo.
A mobilização foi convocada por Bolsonaro e aliados, incluindo o pastor Silas Malafaia, depois da realizada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em março, que teve público aquém do esperado.
A anistia é prioridade para a oposição, mas o projeto de lei que trata sobre o tema está travado na Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado, ele pode beneficiar o próprio Bolsonaro e integrantes do seu governo, denunciados por tentativa de golpe de Estado.
A bancada do PL tenta pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a receber e colocar em votação um requerimento de urgência à proposta.
No entanto, Motta não sinalizou publicamente qualquer disposição em levar o tema adiante. O presidente da Câmara teme que, caso acate o pleito da oposição, crie uma indisposição com o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Assim como no Rio, o ato na Paulista deve ter a presença dos seguintes governadores:
- Tarcísio de Freitas (São Paulo)
- Romeu Zema (Minas Gerais)
- Jorginho Mello (Santa Catarina)
- Ratinho Júnior (Paraná)
- Ronaldo Caiado (Goiás)
Tarcísio recebeu Bolsonaro e os governadores no fim da manhã deste domingo, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Tarcísio publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Bolsonaro: “Daqui a pouco, juntos na Paulista!”, escreveu.
Na noite do sábado (5), aliados de Bolsonaro circularam uma lista com 117 nomes, entre vereadores, deputados, senadores, governadores e representantes partidários que estariam presentes no ato.
Cláudio Castro cancelou a participação por causa das chuvas fortes no Rio. “Eu já estava programado, mas por causa de todo o acontecido no Rio, não tenho como sair nesse momento”, disse em vídeo divulgado nas redes sociais.
Malafaia culpou horário e Fla-Flu por baixo público no Rio
O ato em Copacabana foi realizado em 16 de março. A expectativa da organização era receber pelo menos 500 mil pessoas, mas um laboratório ligado à Universidade de São Paulo calculou 18,3 mil pessoas presentes.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro chegou a anunciar 400 mil manifestantes, mas ainda assim o ato não gerou a pressão política esperada. Desde então, a proposta de anistia não caminhou na Câmara.
Silas Malafaia chegou a comentar sobre a situação. Ele disse que tentou convencer Bolsonaro de que “domingo de manhã, no Rio de Janeiro” não seria o melhor horário para fazer o ato pela anistia.
“Eu avisei ao Bolsonaro: ‘carioca, no domingo, acorda mais tarde. Se der praia, piora, tem jogo de Fla-Flu’. Mas ele: 'não, vamos fazer, vamos fazer. Depois fazemos um em São Paulo'”, contou Malafaia em entrevista ao portal Uol.
Uma outra manifestação foi realizada pela esquerda em 30 de março, também na Avenida Paulista, com tom contrário ao da anistia. O ato foi mobilizado pelo deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), mas também não reuniu o público esperado.
Na ocasião, o mesmo monitor da USP calculou que o pico de público foi registrado às 15h15, com a presença de 6,6 mil pessoas.