BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes itiu nesta quarta-feira (8) que as instituições brasileiras erraram ao acreditar que a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro de 2023, cessaria as ameaças à democracia do país.
Ao citar as perturbações à ordem após o segundo turno das eleições de 2022, Moraes relembrou as manifestações de violência que começaram com o bloqueio de estradas em 31 de outubro, um dia após o resultado que anunciou a derrota do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição.
Em seguida vieram a tentativa de explosão de um caminhão tanque próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília até chegar ao incêndio de um ônibus e à também tentativa de invasão à Superintendência da Polícia Federal na cidade, no dia da diplomação do presidente eleito.
‘Nós erramos. [O ataque à democracia] Não estava vencido e não está vencido,’ disse Moraes sobre achar que posse cessaria o que chamou de “ato golpista”.
A declaração do ministro do Supremo foi feita durante um ato em memória aos 2 anos de invasão e depredação do Palácio do STF, em 8 de janeiro de 2023. Na solenidade, foi aberta uma roda de conversa onde servidores e colaboradores que trabalharam na limpeza e reconstrução do Palácio do STF, assim como na restauração das obras de arte danificadas, relataram os dias seguintes à invasão ao edifício-sede da Corte.
“O golpe não ocorreu. As instituições democráticas reagiram. O Brasil mostrou que a Constituição Federal traz os mecanismos suficientes e necessários para combater golpistas e criminosos”, continuou o ministro. “Mas muito ainda precisa ser feito, principalmente em relação ao controle do discurso de ódio nas redes sociais”.
Alexandre de Moraes é relator dos inquéritos que investigam os responsáveis pelas depredações e já puniu até agora 371 homens e mulheres que entraram no edifício-sede da Corte naquele segundo domingo daquele ano.