Em coletiva realizada neste sábado (7 de junho), na Arena MRV, o sócio majoritário da SAF do Atlético, Rafael Menin, afirmou que o clube enfrentou uma série de obstáculos na construção da casa do Galo, o que impactou diretamente no aumento das despesas do projeto. Segundo ele, o processo de licenciamento foi muito mais demorado do que o normal e o clube não contou com nenhum tipo de incentivo público.

“Comparando com outras prefeituras, a gente tem aqui um vento contrário, ou seja, estamos remando contra a correnteza há cinco anos. Todos os outros estádios foram licenciados em seis meses. Aqui levou seis anos”, afirmou Menin.

Vale lembrar que o projeto da Arena MRV tinha previsão de conclusão para o fim de 2020, mas o estádio só foi oficialmente inaugurado em abril de 2023. O atraso se deu por mudanças no projeto estrutural, aumento da capacidade, encarecimento dos materiais e entraves com os órgãos ambientais, já que a construção foi feita em uma Área de Preservação Permanente (APP).

Durante a coletiva, Menin citou o exemplo do Flamengo, que recebeu R$ 500 milhões em potencial construtivo da prefeitura do Rio, além de lembrar que Vasco, Corinthians e Athletico-PR também contaram com apoios similares.

“Enquanto esses clubes receberam R$ 200, R$ 300, R$ 500 milhões e tiveram seus projetos licenciados em seis meses, nós levamos seis anos e ainda tivemos as famosas contrapartidas de R$ 200 e tantos milhões. Nós já pagamos quase R$ 200 milhões e ainda falta alguma coisa. Isso, claro, tornou o nosso projeto mais difícil”, destacou.

Como consequência, o Atlético precisou emitir um CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) por uma quantia milionária para viabilizar o estádio. De acordo com Menin, R$ 150 milhões já foram pagos, e o saldo atual gira em torno de R$ 350 milhões.

“A arena poderia ter sido praticamente paga se não fossem essas contrapartidas. Foi um CRI de R$ 500 milhões, e hoje está em R$ 350 milhões. Nós já pagamos R$ 150 milhões”, completou o dirigente atleticano.

No fim de 2024, a Arena MRV também ou por um novo período de interdições temporárias, desta vez para troca do gramado e melhorias na acústica, com o objetivo de instalar grama sintética e reforçar o som da torcida nos setores superiores.