BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (19) que “está muito contente com seu governo” e minimizou os resultados da última pesquisa Datafolha que mostrou que a aprovação do presidente caiu para 24%, o pior nível de aprovação em todos os três mandatos do presidente Lula. A reprovação também é recorde.
“Eu nunca levei definitivamente a sério qualquer pesquisa, em qualquer momento. Pesquisa serve para estudar, saber se tem que mudar de comportamento, isso que eu faço. Tenho mandato até 31 de dezembro de 2026 e quero entregar o país que prometi na campanha eleitoral. 2025 é o ano da colheita”.
“Brasil está infinitamente melhor que quando assumimos”, disse o presidente, em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto.
Questionado sobre a possibilidade de agilizar uma reforma ministerial diante da queda de popularidade, Lula respondeu: “essas palavras não existem na minha boca”.
“Mudar ou não mudar o governo pertence muito intimamente ao presidente da República. Eu estou contente com o meu governo, acho que todo mundo cumpriu o que tinha para fazer. E, ao longo do tempo, pode ser no meio do ano ou depois, eu posso trocar”, disse.
“Eu mudo quando quiser, da mesma forma que coloquei quem eu queria, eu tiro quem eu quiser”, acrescentou. “A economia vai continuar crescendo, a inflação vai continuar controlada, o povo vai ganhar mais, trabalhar mais e quando chegar a época da eleição, o povo vai exercer seu direito democrático de votar em quem quiser”, finalizou Lula.
Na mesma coletiva, o presidente foi questionado sobre a a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por, entre outros crimes, tentativa de golpe de Estado. O petista evitou comentar diretamente o caso, mas defendeu o direito à ampla defesa. Mas Lula afirmou que, se considerados culpados, os denunciados devem "pagar pelos erros que cometeram".
“A decisão de ontem é uma decisão da PGR que indiciou as pessoas. Eu não vou comentar um processo que está na Justiça. O que eu posso dizer é que nesse país, no tempo em que eu governar o Brasil, todas as pessoas terão direito à presunção de inocência”.
"Se eles provarem que não tentaram dar golpe, e se eles provarem que não tentaram matar o presidente, o vice-presidente e o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, eles ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro”, afirmou o presidente.
"Se na hora que os juízes forem julgar, chegarem à conclusão que são culpados, eles terão que pagar pelo erro que cometeram. O processo vai para a Suprema Corte, e eles terão todo o direito de se defender. Não posso comentar mais nada do que isso", completou.